ARTE DA IDADE MÉDIA


"As grandes nações escrevem a sua autobiografia em três manuscritos: o livro dos seus feitos, o livro das suas palavras e o livro da sua arte." John Ruskin

O período da Idade das Trevas, Medieval ou Média, é todo tipo de artes produzida de 476 d. C. com a queda do império romano do ocidente até 1453 com a tomada de Constantinopla.




ARTE CRISTÃ PRIMITIVA

Após a morte de Jesus Cristo, seus discípulos Passaram a divulgar seus ensinamentos. Inicialmente, Essa divulgação restringiu-se à Judéia, província romana onde Jesus viveu e morreu, mas depois, a comunidade cristã começou a dispersar-se por varias regiões do Império Romano.

No ano de 64, no governo do Imperador Nero, deu-se a primeira grande perseguição aos cristãos. Num espaço de 249 anos, eles foram perseguidos mais noves vezes; a última e a mais violenta dessas perseguições ocorreu entre 303 e 305, sob o governo de Diocleciano.

Por causa desses perseguições, os primeiros cristãos de Roma enterravam seus mortos em galerias subterrâneas, denominadas catacumbas. Dentro dessas galerias, o espaço destinado a receber o corpo das pessoas eram pequeno. Os mártires, porém, eram sepultados em locais maiores, que passaram a receber em seu teto e em suas paredes laterais as Primeiras manifestações da pintura cristã.

Inicialmente essas pinturas limitavam-se a representações dos símbolos cristãos: a cruz – símbolo do sacrifício de cristo; a palma – símbolo do martírio; a âncora – símbolo da salvação; e o peixe – o símbolo preferido dos artistas cristãos, pois as letras da palavra “ peixe”, em grego (ichtys), coincidiam com a letra inicial de cada uma das palavras da expressão Iesous Christos, Theou Yios, Soter que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. Essas pinturas cristãs também evoluíram e, mais tarde, começaram a aparecer cenas do Antigo e do Novo Testamento.

É importante notar que essa arte cristã primitiva não era executada por grandes artistas, mas por homens do povo, convertidos à nova religião. Daí sua forma rude, às vezes grosseira, mas, sobretudo, muito simples.

As perseguições aos cristãos foram aos poucos diminuindo até que, em 313, o Imperador Constantino permitiu que o cristianismo fosse livremente professado e converteu-se à religião cristã. Sem as restrições do governo de Roma, o cristianismo expandiu-se muito, principalmente nas cidades, e, em 391, o Imperador Teodósio oficializou-o como a religião do império.



ARTE BIZANTINA

A arte bizantina teve seu centro de difusão em Bizâncio, mais exatamente na cidade de Constantinopla, e se desenvolveu a partir do século IV como produto da confluência das culturas da Ásia Menor e da Síria, com elementos alexandrinos. As bases do império eram três: a política, a economia e a religião. Não é de estranhar, portanto, que a arte tivesse um papel preponderante tanto como difusor didático da fé quanto como meio de representação da grandeza do imperador, que governava, segundo o dogma, em nome de Deus.

Para manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio, Constantino oficializou o cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele aspectos como rituais e imagens dos demais grupos religiosos. Isso explica o fato de ícones de Jesus e Maria provirem da Síria, Iraque e Egito, assim como se deu com a música e os cânticos. Também foram construídos centros de culto, igrejas e batistérios, com a adoção da forma das basílicas, da sala de audiência do rei (basileus),  junto com o mercado das cidades gregas.

O apogeu cultural de Bizâncio teve lugar sob o reinado de Justiniano (526-565 d.C.). Pertence a essa época um dos edifícios mais representativos da arquitetura bizantina: a Igreja de Santa Sofia. Ao período iconoclasta, em que foram destruídas e proibidas as imagens (726-843 d.C.), seguiu-se uma época de esplendor e ressurgimento cultural na qual a arte bizantina foi para o Ocidente, difundindo-se pelos países ou cidades que comercial ou politicamente continuavam em contato com Bizâncio: Aquisgran, Veneza e países eslavos, entre outros.



 ARTE ROMÂNICA

A arte românica, cuja representação típica são as basílicas de pedra com duas apses e torres redondas repletas de arcadas, estendeu-se do século XI à primeira metade do XIII. Seu cenário foi quase toda a Europa, exceto a França, que já a partir do século XII produzia arte gótica.Apesar da barbárie e do primitivismo que reinaram durante essa época, pode-se dizer que o românico estabeleceu as bases para a cultura européia da Idade Média.

O feudalismo era a nova ordem da sociedade de então, enquanto o Sacro Império ia se firmando politicamente. Até esse momento, a arquitetura não diferenciava formalmente palácios de igrejas, devido ao fato de o imperador, de alguma forma, representar tanto o poder religioso quanto o temporal. Os beneditinos, logo após as primeiras reformas monacais, foram os primeiros a propor em suas construções as formas originais do
românico.

Surge assim uma arquitetura abobadada, de paredes sólidas e delicadas colunas terminadas em capitéis cúbicos, que se distancia dos rústicos castelos de pedra que davam seqüência à linha pós-romana. Na pintura e na escultura, as formas se mantêm dentro da mesma linha da arquitetura, severa e pesada, completamente afastadas de qualquer intenção de imitar a realidade e conseguindo, como resultado, uma estética dotada de certa graça infantil.
  


ARTE GÓTICA

O estilo gótico é identificado como o período das grandes catedrais. De fato, com suas construções começaram a ser definidos os princípios fundamentais desse estilo. O gótico teve início na França, novo centro de poder depois da queda do Sacro Império, em meados do século XII, e terminou aproximadamente no século XIV, embora em alguns países do resto da Europa, como a Alemanha, se estendesse até bem depois de iniciado o século XV.

O gótico era uma arte imbuída da volta do refinamento e da civilização na Europa e o fim do bárbaro obscurantismo medieval. A palavra gótico, que faz referência aos godos ou povos bárbaros do norte, foi escolhida pelos italianos do renascimento para descrever essas descomunais construções que, na sua opinião, escapavam aos critérios bem-proporcionados da arquitetura. No entanto, nada podia estar mais longe
da realidade.

Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica - Deus Como Unidade Suprema e Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o único objetivo de expressar a harmonia divina.



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